terça-feira, 10 de abril de 2018

Justiça Federal aceita denúncia contra amigos de Temer e integrantes do MDB

José Yunes, ex-assessor e amigo do presidente Michel Temer é um dos denunciados presos

A Justiça Federal, em Brasília, aceitou denúncia contra dois amigos do presidente Michel Temer presos em março, na Operação Skala. Eles são acusados de participar de um esquema de desvio de dinheiro público.
Os amigos do presidente se tornaram réus no processo em que integrantes do MDB da Câmara são acusados de integrar uma organização criminosa. A decisão é do juiz Marcus Vinicius Reis, da 12ª Vara da Justiça Federal de Brasília.
Entre os réus estão José Yunes – que chegou a ser preso na Operação Skala, que investiga se empresas do setor de portos foram beneficiadas por um decreto assinado pelo presidente Michel Temer em troca de propina; e o coronel João Baptista Lima Filho, que também foi preso.
Os dois já estão soltos porque os mandados eram de prisão temporária.
A Procuradoria da República no Distrito Federal afirma que existem novos e robustos elementos que apontam que eles integraram uma organização criminosa. O delator Lucio Funaro, conhecido por ser um dos operadores do partido, contou ter recebido dinheiro do esquema em troca de pagamento de propina à cúpula do MDB.
Funaro disse que foi ao escritório de Yunes pegar R$ 1 milhão da Odebrecht, dinheiro que teria como destino final o ex-ministro Geddel Vieira Lima, em Salvador.
Yunes afirmou à Polícia Federal que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, pediu a ele em 2014 para receber apenas um documento em seu escritório. Mas Funaro disse na delação que Yunes sabia que se tratava de uma entrega de dinheiro.
Funaro: Mas que ele tinha certeza que era dinheiro, ele sabia que era dinheiro. Tanto que ele perguntou se o meu carro estava na garagem porque ele não queria eu corresse o risco de sair com a caixa para a rua. E até pelo próprio peso da caixa, né? Para um volume de R$ 1 milhão, é uma caixa bem pesada.
Funaro também foi denunciado à Justiça Federal.
Esse caso começou em 2017, quando o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou o presidente Michel Temer por organização criminosa. A denúncia foi barrada pela Câmara, ou seja, em relação a Temer o andamento foi suspenso. Mas em relação aos demais denunciados, não. Por isso, o caso foi parar na Justiça Federal em Brasília.
O que dizem os citados
A defesa do coronel Baptista Lima disse que só vai se pronunciar após ter acesso ao teor da denúncia e acesso completo aos autos do processo.
O presidente Michel Temer não quis comentar.
O advogado de Lucio Funaro afirmou que o cliente segue colaborando com a Justiça e respeitando integralmente o acordo celebrado.
O JN não teve resposta do ministro Eliseu Padilha e não conseguiu contato com as defesas de José Yunes e de Geddel Vieira Lima.

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