quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Lavagem de navios pode ser a causa de óleo nas praias do Nordeste

A mancha de óleo cru que atingiu as praias do Nordeste já chegou em 11 localidades no Maranhão. A causa pode ter sido a lavagem em tanque de navios petroleiros




Amancha de óleo cru continua a atingir as principais praias do país, sendo que no Maranhão 11 foram afetadas desde que o poluente químico se aproximou da costa brasileira.

No Brasil, as manchas de óleo já foram encontradas em 113 praias somente na região Nordeste, sendo que oito estados foram afetados, segundo levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), divulgado no último domingo, dia 29 setembro.

O levantamento do Ibama também revela que 13 animais foram atingidos pelo poluente, sendo que nove tartarugas e uma ave foram encontradas mortas ou morreram após o resgate.

No Maranhão, algumas praias tiveram a confirmação de vestígios das manchas de óleo, como as praias de Itatinga, no município de Alcântara, localizado a 30 km de São Luís, São Marcos (na capital maranhense), Ilha dos Poldros, no Delta do Parnaíba (MA), em Araioses, onde uma tartaruga marinha foi encontrada morta.

Na praia de Alcântara foi encontrada uma tartaruga marinha coberta de petróleo, na tarde do dia 22 de setembro. O animal foi resgatado, lavado e, em seguida, devolvido ao mar.

Investigação do Ibama

O órgão ainda não sabe precisar qual a origem do poluente, mas afirma que não é do Brasil, pois é um óleo cru, e o país não produz esse tipo de poluente.

A suspeita é que esse tipo de óleo tenha sido jogado por navios petroleiros estrangeiros que passam pela costa brasileira. A possibilidade de uma das embarcações ter feito uma limpeza nos tanques e despejado os rejeitos no mar, criando uma mancha de óleo cru que está chegando às praias do Nordeste. Esse tipo de limpeza não é permitida, mas existem navios que ainda fazem.

Animais afetados

1º/9 – 1 tartaruga marinha – Praia de Sabiaguaba, Fortaleza (CE) – morta
4/9 – 2 tartarugas marinhas – Praia do Paiva, Cabo de Santo Agostinho (PE) – mortas
7/9 – 1 ave bobo pequeno – Praia de Cumbuco, Caucaia (CE) – morta
11/9 – 1 tartaruga marinha – Praia de Jacumã, Ceará-Mirim (RN) – viva
16/9 – 1 tartaruga marinha – Ilha dos Poldos, Aroises (MA) – morta
22/9 – 1 tartaruga marinha – Praia de Itatinga, Alcântara (MA) – viva
22/9 – 1 tartaruga marinha – Praia da Redinha Nova, Extremoz (RN) – morta
23/9 – 1 tartaruga marinha – Praia da Redinha Nova, Extremoz (RN) – viva
24/9 – 1 tartaruga marinha – Jericoacoara, Jijoca de Jericoacoara (CE) – morta
28/09 – 1 tartaruga marinha – Ilha Grande, Ilha Grande (PI) – morta

Lençóis Maranhenses sob monitoramento

MANCHAS DE ÓLEO FORAM VISTAS NA PRAIA DE ITATINGA, EM ALCÂNTARA, ARAIOSES E OUTRAS NOVE LOCALIDADES DO MARANHÃO


Nos Lençóis Maranhenses, o Ibama visitou duas cidades: Tutoia e Barreirinhas. O órgão esteve em várias localidades e praias coletando óleo que também vai passar por uma perícia para saber se é o mesmo que vem atingindo as praias do Nordeste. Uma das localidades visitadas foi Atins, em Barreirinhas.

O Instituto Amares lançou no Instagram uma campanha para identificar e resgatar animais, com número que atende ligações à cobrar: 98 98836-1717/98 98120-1281.

Quem investiga?

Além do Ibama, órgão diretamente vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (DF), a Marinha Brasileira e a Petrobras estão investigando a evolução das manchas de óleo.

Cerca de 100 pessoas serão convocadas pela Petrobras para iniciarem a limpeza das praias afetadas. O Ibama solicitou à Petrobras esse apoio para tentar minimizar os impactos do acidente ambiental.

Faz mal para a saúde?

O Ibama orienta que banhistas e pescadores não toquem ou pisem no material poluente, que é classificado como Classe D pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), categoria que inclui também resíduos perigosos como tintas, solventes e outros óleos.

Por: SAULO DUAILIBE

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